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Experiências vividas
Experiências vividas

Minha casaContando um pouco da minha estória

Olá pessoal. Sou professora de alfabetização e Arte. Amo o que faço, alfabetizar. Tudo começou no ano de 1984 me mudei para o interior de Minas Gerais, comecei a lecionar, ainda não tinha prática nenhuma e até porque só tinha a antiga 8ª série, e na época na roça como costumam dizer o máximo que as pessoas tinham era a antiga quarta série, então lecionei no período de dois anos foi quando decidi fazer o magistério, mas não imaginava que um dia fosse me tornar uma professora. No ano de 1989 terminei o magistério, mas não tinha a ideia de ir para sala de aula. Foi quando um fazendeiro de lá interviu para que eu voltasse para a sala de aula, mas agora como professora formada. Na época tinha quatro anos que estava fora de lá, pois tinha me mudado para a cidade próxima para estudar. Neste tempo tinha me distanciado um pouco mais longe para outra cidade, não sei dizer como a diretora da região ligou para o meu trabalho que era casa de família como costumavam dizer, ou seja, empregada doméstica me convidou para voltar a lecionar, naquele momento eu não acreditava que estava acontecendo, tamanha foi a minha alegria, não pensei e voltei para a o interior. Isso aconteceu no ano de 1991até 1997 quando me casei e me mudei para São Paulo. Em São Paulo começou novamente as lutas e dificuldades tentei por várias vezes voltar à sala de aula sem sucesso, comecei a trabalhar em um supermercado, mas antes já tinha feito várias inscrições para lecionar. Um dia indo para minha casa para almoçar recebi uma ligação para atribuição de aulas, novamente não estava acreditando que pudesse acontecer. Trabalhei por seis meses na prefeitura de São Paulo. Mudei para Itapecerica da Serra foi quando as portas se abriram e até hoje estou lecionando. Fiz curso Ler e Escrever, Curso de deficiência intelectual e faculdade de Arte. Por isso pelos desafios enfrentados que gosto cada vez mais de ensinar. Lancei desafios para continuar a pesquisar e acreditar que podemos fazer algo para melhorar a educação só depende de nós mudarmos a nossa prática e buscar soluções para ajudar pais e professores na educação. 

Refletindo minha prática

Estava pensando que aprender na prática é mais fácil que na teoria, lembro que um dia em sala de aula estava atuando como professora de arte e um aluno me questionou.

Ele me perguntou:

-Professora, porque ficar falando numa coisa que poderia ser feito na prática?

- Faço artesanato e tenho habilidade, não preciso saber a teoria.

-Gostaria de aprender na prática, não escrever textos que não vamos ler e entender.

Não o convenci com minhas palavras, pois o que ele estava falando era verdade. Tudo o que é passado para nós são teorias que infelizmente muitas vezes não nos leva a nada. Só vamos aprender aquilo que nos interessa.

Não quer dizer que não devemos aprender a teoria, mas nos aperfeiçoar mais na prática.

Existem inúmeros especialistas da educação que escrevem como deveria ser feito, como poderia ser feito, mas que não vê de perto a realidade das crianças. Nenhuma comunidade escolar é igual à outra. O poder aquisitivo, a cultura são fatores que interfere na educação e na vida das pessoas.

Desabafo ( Amo tudo o que tenho, mas não tenho tudo que amo

 Estou decepcionada com o sistema de educação. Todos os anos sofro para pegar aulas, não tenho estabilidade e não sou efetiva. Apesar de tudo o que me conforta e vê as crianças pedindo ajuda para aprender. É ver o  meu trabalho sendo reconhecido pela escola, pelos colegas e pelos pais.

Todo início de ano é aquela tortura para pegar aulas, Vejo colegas chorando em desespero, pois tem família para sustentar, mas logo tudo se acerta. No dia 24/01  peguei aula e fui para a escola levar a planilha e pegar a relação dos documentos necessários para começar. Comentando com a diretora sobre o assunto que o começo do ano é um desespero para pegar aula, falamos dos riscos que corre de perder, pois foram chamados professores que passaram no concurso para efetivação e os professores que pegaram aulas nessas escola irão perder as classes. Tem pessoas que estão sofrendo, porque irão ficar desempregados.  Aconteceu que fui para outra escola, pois peguei aula em duas escolas. Chegando lá  fui me apresentando e entreguei as planilhas e logo depois chegou uma outra professora e já foi recebendo a notícia que um professor irá assumir essas aulas que ela pegou.  Fiquei chateada, pois tinha comentado o assunto.

Sou professora de alfabetização e arte, no momento estou atuando como professora de arte. Estou esperando acontecer o concurso para efetivar. Minha paixão é ensinar. 

Ossos do ofício

Vou contar um fato que aconteceu comigo. Estou atuando como professora de Arte. No dia 07/02 fui trabalhar normalmente, entrei na classe do 2o ano A comecei a ministrar minha aula após 20 minutos chegou o coordenador comunicando que a Sra diretora queria falar comigo. Chegando à sala da Sra diretora estava uma mãe do aluno do 1o ano A me acusando de ter empurrado o filho dela, fiquei surpresa porque tinha entrada na classe dele 2 dias, mas em momento algum o toquei. A Sra diretora me defendia dizendo que eu já havia trabalhado nesta escola outros anos que inclusive o ano passado e nunca houve nenhuma queixa contra mim, que aquela acusação não tinha sentido e ela continuava me acusando inclusive frisou "meu filho não mente. Neste dia que ela estava referindo eu trabalhava as cores primárias. O único erro que cometi foi pegar o lápis de cor dele e emprestar somente para marcar com as cores para identificação. Sempre acreditei que essa atitude ajuda a criança a ser mais humana e a compartilhar. Foi meu único erro. Ele até falou que a mãe pediu para não emprestar, o empréstimo foi para um colega de sala e que no mesmo instante foi entregue de volta. O coordenador também me defendeu alegando que acompanha meu trabalho de perto e nunca presenciou um gesto que pudesse me comprometer. No dia anterior tinha elogiado o meu trabalho e pediu que registrasse para valoriza-lo. Confesso que naquele momento queria desistir da profissão, mas me convenceram a não desistir, dizendo que lutei para chegar aonde cheguei com muito trabalho e suor e que ninguém poderia tirar isso de mim. Com 20 anos de trabalho nunca tinha passado por isso. Sou mãe também e jamais faria com o filho dos outros aquilo que não gostariam que fizessem com meu. O coordenador falou para mãe que provavelmente o filho não queria ir para a escola e a mãe insistindo para saber qual o motivo  ele fantasiou inventando que eu tinha o agredido. Isso não aconteceu falo com autoridade, porque eu não estava sozinha na sala a professora titular da sala estava presente e também os colegas de sala. Todos ficaram surpresos com o acontecido pois a turma em coro falou que em nenhum momento toquei o aluno. Naquele momento foi um choque, mas graças a Deus estou bem posso dizer que estou aliviada. Agradeço a Deus por colocar pessoas bondosas  que me apoiaram, me ajudaram a erguer a cabeça de novo  e continuar a vida.  Esses são os verdadeiros amigos. Amigos que estiveram presentes  no momento certo e na hora certa. Pense que se tiver alguém querendo te derrubar pode ter certeza que tem muito mais querendo te levantar.